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Eu vou me acumulando, me acumulando, me acumulando. Até que não caibo em mim e estouro em palavras. (Clarice Lispector)

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Um conto


Até quando aquele "ser" que mais parecia uma máquina de fazer loucos iria acompanhar aquela pobre alma?
A dona da alma em questão era Laura. Mulher, menina, cheia de sentimentos, dúvidas e uma sensibilidade em flor.  Forças, ela já não tinha. Verdades e mentiras se misturavam em meio àquela confusão toda.
Estava cansada de ver senas sendo invertidas, papéis mal interpretados, argumentos mal colocados, julgamentos sem fim, opiniões totalmente desnecessárias, enfim, estava cansada de tudo e naquele momento nada podia fazê-la feliz, parecia que sua mente conspirava contra ela. Lembranças negativas tomavam conta. Laura pensou em gritar, quebrar tudo ou simplesmente sair por aquela porta, sem rumo, apenas fugir, entretanto, a opção menos impulsiva que encontrou foi sentar e chorar. E ali, permaneceu por horas, até que a dor passasse. Ela sabia que passaria e isso ela aprendeu bem cedo, quando teve que superar tantas dores, mas não se queixava disso, pelo contrário, isso lhe fez bem, pois pôde entender que às vezes é necessário se esvaziar, molhar os lençóis e depois simplesmente, tirá-los, lavá-los, e colocá-los para secar e assim continuar, até que se encha de novo e seja preciso repetir todo o processo. Pode parecer melancólico demais, mas foi assim que ela aprendeu e assim deveria ser...


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